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domingo, 31 de julho de 2011

E vou passar agosto esperando setembro


A Pandora abre sua caixa e joga Agosto para fora entre agouros acendo minha vela canto baixinho minhas rezas tomo meu floral não esqueço o ferro ligado e nem o gás sigo a risca as regras amo com cautela deixo a janela entreaberta e nem respingo de chuva me atrevo a tomar bebo sobre orientação médica como e gasto à la francisco banho só com ervas conversas se forem banais trabalho sem pressa e sobre a escrivaninha os livros pra ler as músicas para ouvir os textos que saem assim só de espera fico vivendo agosto passar esvaindo aquelas magoas esquecendo suas falas não esperando aquele convite dormindo mais do que é suficiente caminhando como estrela sem hora para além da madrugada e numa cadência vivendo setembro chegar
Ana Laura

domingo, 24 de julho de 2011

Quando o prazer está desaparecendo



Final de expediente, as três voltando para casa, cansadas e revoltadas pela brutalidade da vida. Quando a única sensação de prazer é o banho quente. Ou esvaziar o intestino e saturar o ambiente com seus gazes parados no abdômen dolorido. Chegar e comer aquilo que vê pela frente para matar a fome e depois pensar no que fazer para janta. Tirar o sapato de bico fino. Deitar no sofá e dormir ao som do noticiário. É ligar para mãe e despejar todo seu terrível dia e sua geladeira vazia e sua fome e a falta que a comida dela faz. É tirar sua calcinha intravaginal com técnicas cirúrgicas. Sentir se somente tocada quando passa creme de cereja e avelã e decididamente dormir profundamente babando sobre o travesseiro.
Riamos alto com tanta idiotice, cada uma pensando intimamente, seria cômico se não fosse trágico!
Ana Laura

sábado, 23 de julho de 2011

Bye Amy!

Sua voz vai deixar saudades, esteja em paz!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Convite de Edson Marques


MUDANÇA


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

***Texto de Edson Marques
No primeiro momento acreditamos ser de Clarice Lispector, erro comum quando a fonte é a internet...mas não justo com o verdadeiro autor.

sábado, 16 de julho de 2011

...


"Se você me perguntar se ainda é seu
Todo meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que sim
Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração..."
(Roberto e Erasmo Carlos)



Eu esperei um tempo, uma quase vida, ou melhor, dias de esperas são sobrevidas que vamos levando em meio de um turbilhão de sentimentos. É não dar espaço para outros sorrisos, para outros olhares. É se fechar em casa e se trancar com a solidão. É ficar um tempo em meio às lembranças, revirar fotos, reler conversas, mensagens no celular que resolveu silenciar. Os dias demoram a passar, as horas se tornam inimigas. E o resto são sempre “quases” que eu cansei de esperar. Não quero mais nada pela metade, não quero opções quando sou uma delas. Não quero frases curtas, não quero lembranças de beijos, não quero mais procurar cheiros que me remetem a você. Não! Quero o novo, quero um sorriso diferente, um novo brilho no olhar, um beijo que ainda não provei, palavras sinceras, quero sim amar e ser amada e não mais amar solitariamente. Eu esperei o vento mudar, eu me fiz escrava de uma indiferença, da sua forma autista de me tratar. Hoje sou apenas uma página rabiscada do livro da sua caminhada. Quero um novo livro para ser bem mais que um capítulo e quero alguém livre para ser a inspiração, para ser o personagem principal e único do livro da minha vida.

Tatiane.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

High and Dry

quarta-feira, 13 de julho de 2011


"...Agora era fatal que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?"
(Chico Buarque/Sivuca)






Eu me vi dentro de uma história cheia de vírgulas, eu me vi ali me encantando sozinha, eu percebi que passei um tempo acreditando que você me amava ou poderia vir a me amar. Por mais que eu ainda te queira muito, por mais que o desejo ainda corroa o meu coração, os meus dias andam muito cinza e sem cor. Qual será o avesso de te amar tanto? Como será quando realmente não cair mais nenhuma lágrima quando pensar em ti? Será que esse dia vai chegar? Tantas perguntas se misturam em meio a respostas vazias. É como esperar algo que você sabe que nunca virá e mesmo assim acreditar que isso pode mudar, é como te esperar em meio às lágrimas que destroem meu coração. Se apaixonar várias vezes pela mesma pessoa é sofrer cada vez mais. Amar é delicado, é puro, não se escolhe a pessoa, apenas acontece. E eu te amei sem medida, amei como se fosse único e amei por amar, sem pedir nada em troca, sem espaço para outro alguém. Mas amei sozinha e hoje vejo esse amor como uma pétala se despedaçando da flor. Um amor que transformou em espinho sangrando meu coração e eu só te pergunto: Será que você é capaz de resgatar esse sentimento mais lindo que um dia te dei e você se negou a aceitar? Se sim venha logo, não espere que eu decida pegar todo esse sentimento que tenho estocado em meu coração e guardá-lo em uma caixinha ou esquecê-lo dentro do bolso de um casaco que não uso mais. Nesse momento apenas me recolho por amar demais, por amar sozinha, me recolho com todo o meu amor, com todo o meu carinho.


Tatiane. Sem mais.


terça-feira, 12 de julho de 2011

Teste "Você já possui idéias feministas?"


  • Você se sente desrespeitada quando seu parceiro não entende quando você não quer ser tocada?

  • Você acha errado um homem receber mais que a mulher realizando a mesma função?
  • Você acredita que todas devam ter condições de escolher sobre seu futuro, seja ele dona de casa, profissional ou os dois?
  • Você acredita que a maternidade é uma escolha de duas pessoas sobre a criação e manutenção de outra vida?

  • Você acredita que a mulher merece respeito indiferente a roupa que vista?

Li no blog "Síndrome de Estocolmo", escrito por Denise, uma frase que me fez refletir por estes dias: "Bom, da mesma forma que não se nasce mulher, também não se nasce feminista”.
Frase que vem bem a calhar quando tento e insisto com as minhas amigas que ser feminista não é um bicho de sete cabeças e que ao contrário do que muitas imaginam, não significa mulheres solitárias, enfurecidas e chatas...muito pelo contrário.
Declaro-me feminista e me vi assim já com meus 16 anos discutindo com a minha mãe quem deveria pagar a conta do anticoncepcional: o namorado ou minha irmã?
Infelizmente não consegui convencer ninguém, nem mesmo minha irmã, risos...
Mas as idéias feministas perpassam pelas nossas vidas e já estão tão presentes que nem notamos. E estamos falando de um movimento que muita das suas idéias ainda precisam se cotidianizar.
Por isso, como já tinha visto no Blog "Escreva Lola escreva", um teste bem bacana...faço o meu também e talvez prove de uma vez por toda que ser feminista não é assim tão distante....

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Comemorando

Estava eu cá, como quem não quer nada, zapeando as páginas da internet quando encontro a notícia que Rafinha Bastos pode responder judicialmente por apologia ao crime, o que a meu ver é bastante justo.
Mais um exemplo de que as pessoas precisam ter responsabilidade nas
suas manifestações sejam feitas via internet, via arte...via a pqp*...não importa e não vejo tal processo como censura, afinal surge uma nova forma de comunicação e interação e que precisam de novos mecanismos para a defesa da ética e respeito.
Lembro-me da Mayara Petruso, estudante de direito, que fez declarações preconceituosas no Twitter e foi processada, merecidamente pela OAB de Pernambuco.
Todos se surpreenderam com a declaração execrável que tal Rafinha fez em um dos seus stand up, proliferando e incitando o estupro: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço",
Frases como estas só podem vir de pessoas que não têm mãe, irmãs, tias, filhas ou qualquer ser do gênero feminino. Porque com certeza se fosse um ser Humano concebido em condições normais não faria piada de uma das situações que mais aflige as mulheres em todo mundo.
Para dar um exemplo, quando era menina aprendi que a rua e a noite não foram feitas para as mulheres e o pior foi crescer e saber que a ameaça é real, pois muitas vezes temos que nos preocupar para além de ser assaltadas, mas com a possibilidade do estupro.
Em alguns países ele ainda é legitimo dentro do casamento. E nem precisamos ir longe, quantas de nós passamos pela dificuldade de explicitarmos que NÃO É NÃO.
Somos ameaçadas não por um Rafinha Bastos, mas pela ideologia que ele defeca pela boca influenciando as pessoas a serem misóginas, homofóbicas e por aí vai.
A muito não assisto ao programa e sinceramente acho que devemos criar o movimento: Desligue o CQC e leia um livro.

Não pretendo ser compreendida pelos homens, por enquanto, pois ainda não há entendimento sobre o significado da violação de nossos corpos pela coibição, muito menos mediante a mídia gorda com suas propagandas sexista. O que dizer então, daqueles que se revestem na imagem de artistas, livres de expressão e se safando por "fazer caricatura da realidade". É difícil entender como um humorista pode se animalizar a tal ponto que não consiga ao menos se caricaturar de SER HUMANO.

Precisamos dar um passo gigantesco no debate sobre nosso corpo, imagem e sexualidade.
Por isso, oportuno falar, que existem movimentos femininos que se decidiram não ficar calados diante do assédio, da violência e da alienação de nossa sexualidade. Tais como na “Grã Bretanha que tenta combater o assédio nas ruas com a fundação Anti-Street Harassment UK, “Grã-Bretanha contra o assédio nas ruas” ou o site Hollaback”! (http://ldn.ihollaback.org/) que permite a declaração de mulheres que sofreram assédios na rua e até mesmo denunciar publicamente seus agressores.
Afinal, expressar-se a favor do outro além de legitimo é HUMANO!
Ana Laura

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Um minuto de reflexão!


Saiba porque o aborto deve ser permitido no Brasil from Universidade Livre Feminista on Vimeo



Ana Laura, defensora do Slutwalk, do feminismo e da minha sexualidade. Afinal, o corpo é meu, as regras são minhas!

sábado, 28 de maio de 2011

"Casa de sombra, vida de monge. Quanta cachaça na minha dor, volta pra casa, fica comigo. Vem que eu te espero tremendo de amor..." (Tom Jobim)






Eu olho com olhos de quem deseja.
Eu sinto com sentimentos de quem sonha.
Eu amo com o coração de quem sofre.
Eu imagino o teu corpo ainda no meu.
Eu tenho a sensação da tua língua à procura da minha.
Eu desejo o teu desejo junto ao meu.
Eu procuro, eu anseio saciar essa vontade de você.
Eu passo a noite à procura das tuas mãos a acariciar meus cabelos.
Eu ouço o som da tua respiração, do teu sussurrar.
Eu adormeço nessa procura incessante de querer mais uma vez te amar.






Tatiane. Apenas palavras e sentimentos em desconexos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ainda me falta fazer

Ler um livro grosso inteiro por uma madrugada
Sumir do mapa para pensar na vida por um dia.
Chorar que nem criança fazendo careta e doendo o peito
Pegar uma chuva que até molhe minha calcinha
Fazer um ato extremo de repúdio aos erros humanos.
Xingar todos os amigos e parentes porque morreram
Fazer uma festa com pessoal da faculdade ao embalo daquela banda de nossos tempos.
Viver uma catarse, uma euforia, um orgasmo.
Viver pelo outro, pelo planeta, por uma utopia.
Tatuar e carregar o peso daquela poesia nas costas.
E nunca esquecer a minha canção preferida

domingo, 24 de abril de 2011

...

"...Se tu queres mais saber a fonte dos meus ais. Põe o ouvido aqui na rósea flor do coração, ouve a inquietação da merencória pulsação..." (Catúlo Da Paixão Cearence/ Pedro Alcântara)




Sou assim. Um misto de mistério com um que de doçura que poucas pessoas tem o dom de decifrar. Sou a criança assustada em dia de temporal. Sou o adulto que abre o coração para acolher. Sou o sorriso que encanta, à lágrima que traduz a dor. Sou a calmaria de um vendaval. O sol que brilha enquanto a chuva teima em cair. Sou assim. Estou aqui quando na verdade gostaria de estar lá. Trago no olhar a tradução do que é saudade, nos lábios o gosto doce de um beijo roubado. Sou composta por pequenos momentos, sou feita de turbilhão de sentimentos. Estou assim. Não queira me mudar. De tudo de ruim que tenho dentro do meu peito, existe uma doce essência esperando para perfumar outros ares. E se for para deixar marcas, que sejam sempre as melhores.

Tatiane. Um misto de palavras em desconexo.

domingo, 10 de abril de 2011

Siga...



Saber o que fazer, qual rumo tomar, não deixar a dor te levar. Seguir sempre pelo riso. Pela paz que o coração comanda. É saber viver, é saber sorrir sem máscaras, sem amarras. É seguir com sonhos e amores. Mas também se permitir cair, sendo que levantar em seguida seja a lei. Não deixar se abater, não viver de utopias, não se alimentar de ódio. Sempre em frente, por você. Seja sua única inspiração. Não viva em segundo plano. Você, apenas você em primeiro. Bem estar. Estar bem, ficar bem, ser o bem. Tirar, expelir a maldade. Jogar fora tudo que faz sofrer. Limpar a alma sempre que der. Sempre que sentir necessidade, sempre que o coração estiver pesado. Cante, dance, pule, grite bem alto. Alivia a mente. Sorria e tente. Ser feliz é o que todos merecem. Tentar é não desperdiçar a vida com o que não faz o coração sorrir em paz.

Tatiane.


"...Por descuido ou displicência para amar em mim aquela que eu não posso ser..." (Oswaldo Montenegro)


quinta-feira, 7 de abril de 2011

RASGUE-ME DEPOIS DE LER

Rasgue-me assim que ler. Assim que não existir tanta curiosidade, tantas perguntas a serem feitas. Assim que a Graça se for de mãos dadas com a esperança rasga-me, pois depois de tanto desbravar fica a terra nua, rstéril e desolada. Mas também fica a singeleza da solidão. Rasgue-me sem piedade e se possível, jogue os pedaços no vento, para que os leve pra longe de ti. Te proteja, te acalante e te faça esquecer do que leu!

ana laura

domingo, 3 de abril de 2011

Decifra-me.

"...E hoje me vejo, destino incerto, no meio desse imenso deserto, que vai do nada pra lugar nenhum..." ( e Guarabyra)





Eu decidi não mais. Não mais sofrer, não mais chorar, não mais. No mais, decidi, que a vida é agora. Mesmo com obstáculos, mesmo com todas as pedras. Viver. Sem mais. Sentir. Que aqui dentro ainda pulsa uma vida. Somar os sorriso. Decifrar os medos. Multiplicar os amores. Caminhar de mãos dadas sempre que possível. Caminhar sobre a vida, pela vida, na vida que pulsa nesse momento. Sonhar e nunca perder a esperança de que um dia ainda surgirá reencontros. Abraços que nunca são demais e que traduzem sentimentos. Olhares. Cumplicidade. Não se vive sem o outro. Vive-se sempre para um outro. Encante-se sempre que der e puder e quiser. Respire fundo e profundo como se o ar fosse acabar. Viva sempre como quem se vive pela última vez. Sorria que o sorriso é a maquiagem que a alma coloca sobre o corpo. Decifra-me e me faça sorrir sempre!

Tatiane, em um misto de sorrisos, lágrimas, saudades. Turbilhões!

sábado, 2 de abril de 2011

Mudança - por que é tão difícil?


(...) a mera possibilidade de mudança (real ou imaginária) de um dos membros da rede social coloca em xeque, na medida em que pode vir a significar risco de subversão das condições que a tornam possível, tal como ela existe e se reproduz (com seu equilíbrio e se desequilíbrio, sua estabilidade e sua instabilidade). Mesmo que a eventual mudança reduza aspectos negativos das relações e fortaleça caracteristicas positivas, há sempre, em jogo, o risco de perdas. Ou seja, todos os envolvidos numa teia de relações na qual se inocule o DNA da mudança sentem-se, direta ou indiretamente, atingidos, provocados, mobilizados. Há temor de que os lados sombrios de cada um sejam tocados, acionados, desnudados; há expectativas de que se desencadeie um processo fora do controle que ameace certeza e segurança individuais. Em uma palavras: as pessoas não temem apenas transformações para pior. Temem transformações, ponto.


Extraído do livro CABEÇA DE PORCO - escrito por Luiz Eduardo Soares, MV Bill, Celso Athayde.


Ana Laura

sexta-feira, 1 de abril de 2011

...


Eu vou vivendo os dias à esperar. Estou caindo no mundo, estou traduzindo a palavra saudade dentro do meu peito. Eu espero você chegar. Apetece-me. Me faz saciar meus medos. Quebre o silencio que nos cobre, mata o desejo que nos queima. Toca-me numa eterma harmonia. Esconda-me no teu doce abraço. Perca-me no seu corpo quente. Prenda-me nos seus gemidos. E numa explosão de sentimentos não se perca nunca mais de mim.



"Ontem tive um sonho (...) Na viagem desse sonho, nossas almas eu vi flutuar. Nas delicadas linhas do infinito, fomos filhos de um romance de um amor lunar." (Paula Fernandes)


Tatiane.


quarta-feira, 30 de março de 2011

"...E cada vez que eu fujo, eu me aproximo mais e te perder de vista assim é ruim demais e é por isso que atravesso o teu futuro e faço das lembranças um lugar seguro..." (Ana Carolina)

Meu coração tão ocupado pelo doce desejo de estar perto sempre acaba inundado.

Tatiane.



terça-feira, 29 de março de 2011

Um Dia, Um Adeus.

"Um dia um adeus e eu indo embora. Quanta loucura por tão pouca aventura. Agora entendo que andei perdido, o que é que eu faço prá você me perdoar?" (Guilherme Arantes)

Incrível a minha capacidade de sempre deixar escapar por entre os dedos as oportunidades que a vida me entrega. São pequenos momentos de paz. São amores e amizades sinceras. São sorrisos embutidos em momentos alegres. É como se em algum lugar estivesse escondido a minha essência mais doce e calma. Eu me transformei e hoje nem eu me reconheço. Eu me entreguei e ainda confio e muito. É como se eu tivesse deixado a porta aberta e permitido a entrada de um furacão. Fenômeno dos sentimentos, um turbilhão que modificou meu coração. Medo? Ao lado de certas pessoas não sabemos o que isso significa. Sonhos? Um mundo de "Utopias". Desejos? Isso se chama viver! Cumplicidade? Espero ainda ter. O tempo voa para desperdiçarmos com brigas. O tempo é cruel e não apaga todas as dores, até quando? São várias perguntas sem respostas. Estou aqui nesse momento, sozinha entregue aos pensamentos e sentimentos. Estou aqui buscando palavras para receber um sim ao meu pedido de desculpas, ao meu maior arrependimento. Estou aqui tentando me reencontrar em meio ao momento de estresse. Estou aqui controlando uma dor para sanar a outra. Estou aqui esperando uma resposta para obter decisões. Eu estou aqui vivendo, sentindo pulsar. Estou aqui de malas prontas para uma nova vida. E espero que um dia esse furacão volte a minha vida. Do mesmo jeito que a primeira vez. Da mesma intensidade, com os mesmos olhares, respiração forte e a música no ar. Sou humana, passível de erros.

Tatiane.

domingo, 20 de março de 2011

O outono chega


O outono chega saindo do armário com os seus bolores. Casacos, cachecóis, luvas de camurça. Os cobertores ciumentos e abrasdores, àquela colcha de crochê para fazer e o prazer de compatilhar o calor com o outro. A fumaça gostosa que sai da sopa, do café, do chocolate quente, do chá, do banho e da sua boca. Qual a cor do outono, quais os filmes assistiremos no sofá com coberta, qual livro leremos e recomendaremos aos amigos com veemencia, quem estará para esquentar nossas noites, nossos debates,nosso silêncio, nossas esperanças e nossas camas?
Estou posta, pronta, e que venha o outono! Ana Laura

--------------------------------------------Imagem: Tela de Óleo criada pela artista Marisa Jamaica

sexta-feira, 18 de março de 2011

Vídeos já marcaram este ano

Uma critica ao Carnaval 2011




Uma denúncia abafada pela presença de um astro



Um para recordar, repetir e elaborar




O poder da mídia, vamos começar por um chavão bem grande, daqueles que ajudam a discutir os maiores temas no botiquim da internet, sem ao menos passar, e digo seriamente, pela mídia latifundiaria. O primeiro vídeo foi divulgado principalmente pelo youtube e twitter,no momento da folia carnavalesca. A este minha confirmação do real, mas a angustia: como podemos resgatar o carnaval?
O segundo, da mesma época, foi divulgado de forma pobre pela mídia gorda no DIA 08 DE MARÇO, focando somente a tão "inusitada" atuação do galã que interpreta 007, mas o discurso que é o potencial do vídeo, fato anulado, interessantemente abafado. Viu quem tem acesso a internet, ou TV paga...e acima de tudo interesse pela Comemoração (com C grande).
O terceiro liberta, depois desta crise com os vídeos, me lembrei que indignação não é doença mental, não é vergonha, não é objeto de terapia. Né, FREUD?

terça-feira, 15 de março de 2011

Cores que preenchem vidas.


Preencher as ausências que a vida muitas vezes nos impõe deve ser como ter aquele caderno de colorir que toda criança gosta. Cada partida é um desenho em branco, devemos lutar para conseguir novamente dar um toque de cor, sem lágrimas a borrar. Cada momento, cada sorriso, olhares, toques tem sua cor, cada pessoa traz consigo um misto de tons. Ah os perfumes que exalamos, estes tem uma cor em especial. A cor marcante, que arrepia, que quando exalado traz em mente cada momento vivido, sentido. Somos assim, cores vivas, cores que marcam. E muitas vezes colorimos forte, marcante que o caderno a ser colorido se acostuma. E aquele que deixamos na metade por muitas vezes será difícil recomeçar uma outra página. Por isso, colorir a vida do outro muitas vezes é complicado, mas deixar de colorir é como viver uma vida sem amar!

Tatiane. Em uma mistura de cores totalmente sem nexo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

O seu melhor para o outro.


Nos caminhos que escolhemos seguir, passamos recolhendo e colecionando pequenos pedaços de corações. Cada pessoa que passa por nossa vida acaba por deixar sua marca, sua essência. Deixa um sorriso, um gesto, uma lágrima, não importa. Deixa por marcar, deixa pela importância, mesmo que pequena. Somos pequenos fragmentos cheios de sentimentos espalhados pelo mundo. Somos uma caixa de coleção, de surpresas. Mesclamos cheiros, traduzimos olhares, somos uma mistura de cores, texturas. E seguimos assim, levando conosco um pouco do outro, sem poder rasgar os rascunhos, lembranças ou mágoas, sem poder apagar os sonhos, os momentos, abraços. Não tem como. O passado não se reconstrói, mas o futuro, esse sim está em nossas mãos para nos dar o poder de juntar esses pequenos pedaços de vida que colecionamos ao longo dela e permitir fazer a diferença. Por isso, quando alguém entrar na sua vida faça de tudo para deixar o seu melhor pedaço, o seu melhor perfume.



Tatiane.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Muita Calma Nessa Hora - Leoni

Música do filme com o mesmo nome. Assisti nesta sexta e é muito bom para descontrair, mas a letra da música é melhor!


sábado, 5 de fevereiro de 2011

...o que realmente vale na vida?



Vende-se Tudo - Martha Medeiros



No mural do colégio da minha filha encontrei um cartaz escrito por uma mãe, avisando que estava vendendo tudo o que ela tinha em casa, pois a família voltaria a morar nos Estados Unidos. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento. Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
_ Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
_Não é não, respondi, já passei por isso e é uma lição de vida.
Morei uma época no Chile e, na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo o que compõe uma casa. Como eu não conhecia muita gente na cidade, meu marido anunciou o bazar no seu local de trabalho e esperamos sentados que alguém aparecesse. Sentados no chão. O sofá foi o primeiro que se foi. Às vezes o interfone tocava às 11 da noite e era alguém que tinha ouvido comentar que ali estava se vendendo uma estante. Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde, e lá se iam meus móveis e minhas bugigangas. Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam o meu lar, que a cada dia ficava mais nu, mais sem alma.
No penúltimo dia, ficamos só com o colchão no chão, a geladeira e a tevê. No último, só com o colchão, que o zelador comprou e, compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros.
Guardo esses últimos dias no Chile como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo o que é material. Nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar. Hoje me desfaço com facilidade de objetos, enquanto que torna-se cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes, não importa o tempo que estiveram presentes na minha vida. Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos Estados Unidos a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, que na época tinha 2 anos de idade. As roupas já estavam guardadas nas malas. Fazia muito frio. Ao acordarmos, uma vizinha simpática nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem uma xícara em casa.
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, levando as emoções todas: nenhuma recordação foi vendida ou entregue como brinde. Não pagamos excesso de bagagem e chegamos aqui com outro tipo de leveza.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

DIREITOS HUMANOS

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Hoje fico mais velha!

Fico mais velha nesta quinta-feira e como o ano de 2010 foi bastante difícil, então faço festa por ter sobrevivido...kkkkkkkk
Aceito PARABÉNS....

Ana Laura, o nome da música não diz nada...mas a música sim...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Teste seu nível de desumanização

Se você vive em uma metropole caótica, teste seu nível de massificação:
( ) Você demora mais de cinco minutos para socorrer alguém que está passando mal;
( ) Ao cair alguém no chão, você não pergunta se a pessoa se machucou?
( ) Você faz uso raro das palavras licença, desculpa e obrigada no metrô;
( ) Você gosta mais de ir ao supermercado/shopping do que a um parque;
( ) Não tem amizade com nenhum vizinho;
( ) Não consegue mais andar lentamente e se irrita com facilidade com as pessoas que assim caminham; (exemplo pode usado no trânsito)
( ) Não se questiona mais " para onde vai tanto lixo", "porque esta criança está na rua" ou se "o homem deitado na calçada está dormindo ou morto"
Se você selecionou pelo menos uma destas questões fique atento com o processo de desumanização comum nas grandes metrópoles, no processo intimista de nos isolarmos e acreditar que o outro não é problema nosso.

Ana Laura, teste baseado naquilo que não quero perder.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O que você seria capaz para realizar um sonho?



Até hoje me lembro de um professor, na matéria de comunicação social, que nos ensinou não só o que significa a palavra iconoclasta como também deu exemplo real de como ser um. Mas para além do seu pessimismo mordaz, aprendi algo que até hoje me desafia: O que você seria capaz para realizar um sonho?
Parecia uma pergunta um tanto descabida para aquele que não acreditava mais em sonhos. Mas ele começava:
Você tem um objetivo. Seja ele qual for. Tudo o que você faz hoje reflete no seu futuro. Então, pergunto, vc está fazendo hoje todas as escolhas possíveis para alcançar seus objetivos, sonhos e ideais?
Este discurso martela na minha mente e me pergunto se nas minhas simples escolhas estão contemplados os meus maiores sonhos. Cotidianamente parece que vou me esquecendo, a sobrevivência me coloca em outras situações, escolhas e futuro. Engraçado como é fácil sair dos propósitos que tínha anteriormente. Tem quem diga que é amadurecer outros que é alienação.
Eu ainda sinto o impacto de sair da universidade, fora de casa, hippie, cheia de utopias. Saboto sempre esta imagem com meus novos costumes e meus novos mecanismos de sobreviver, coisas fúteis se tornaram imprescindível e àquela viagem a Machu Picchu fica cada vez mais distante.
Questiono-me sempre, sempre. Se realmente somos capazes de ser coerente conosco mesmo por uma vida toda. Se os valores são realmente universais ou se isso é apenas um processo...talvez de desumanizar-se, de amadurecer, de revelar-se ou mesmo de enfim tornar a ser enquanto pessoa e não só enquanto indivíduo genérico.
Este mesmo professor terminava as aulas dizendo que quando a mente está em dúvida nada melhor do que um copo de cachaça.
Foto retirada na Bienal da Arte Moderna, São Paulo,em 2010.
Ana Laura, será que é paródia?