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sexta-feira, 31 de julho de 2009

Enfim

Ele morava já sozinho. Já sozinho há 3 anos. Ela se foi, enfim. Pensava assim em todas as manhãs que acordava às 7horas. Um suspiro antes de sair da cama. Enfim, era porque ela sofreu muito.
A manhã se fazia de café forte e o jardim nos fundos do quintal. Alface, cebolinha, salsa, coentro, alecrim, louro... no final das tarefas matutinas: as rosas e os brincos de princesa, lembranças vivas deixadas.
Almoço logo na esquina, bem barato e créditos com o dono do Restaurante. A prosa vinha e se estabelecia entre o passado e o presente. “Muita alface bonita” “E a perna machucada de guerra” “A falta que ela me fazia”. O futuro só se apresentava em conversas meteorológicas: “vai chover hoje” “o sol nasce!”. Enfim, o futuro não era tão interessante assim.
A tarde era da varanda. Qualquer distração... vizinho e mais prosa, algo a ser consertado, o rádio e um pouco de música. Tudo terminava no café forte, preto e coado lá pelas 16 horas.
Neste momento em diante era como se a dor voltasse da rua para dormir. Não, dormir significaria repousar enfim. Ela chegava e vigiava o jantar, a televisão, os sonos recortados e o coração de batidas fracas. Uma excelente vigia dos suspiros profundos, dos gemidos sufocados, das ânsias de chorar.
E logo o Sol surgia e tudo se repetia. Os brincos de princesa, da mais bela princesa da saudade, do presente na varanda, onde se podiam entreter as dores profundas do velho coração
. A noite sofrida e o sol logo surgindo.
Um dia de noite intensa. Os brincos de princesa vêm cobrar a ausência de cuidados. O almoço se fez num cheiro que cruzou a janela, mas que não supriu o apetite. Nada a se consertar a não ser a visão estonteada da cama jogada no teto. E a dor impiedosa, deitou junto a cama e conseguiu soprar vagamente suas melodias enfadonhas.
O Sol logo surgia na varanda solitária carregando na mão a Princesa de brincos. O futuro pede desculpa pela demora. Mas já não há mais desassossego para àquele coração. Consertado.
Enfim.
Ana Laura, estava pensando: onde que a rotina nos leva? O mesmo destino, enfim? A única coisa que torna o enfim diferente para cada um é a forma que re-contamos a mesma história. Re-contemos a história a cada dia, então.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

O inverno insiste


O Inverno insiste em fazer do homem simples punhados de carnes trêmulas. No primeiro momento tem-se a idéia que ele aproximará os corpos solitários...atando-os, enlaçando, encaixando e derretendo-os com o pouco de calor produzido. Mas nem isto ele está conseguindo. Devido à tecnologia e engenhoca dos próprios friorentos que um dia inventaram, além do fogo, as melhores parafernálias de aquecimento. Agora são os homens e a máquina. Mas, quente ou frio?
Frios com certeza. Porque estando frio inventaram meios para se aquecer e estando aquecidos estão mais afastados um dos outros. Quando afastados estão frios, um frio muito mais difícil de aquecer.
Até mesmo as plantas se cansaram desta ridícula temperatura e insistem em derramar as flores da primavera. São extremamente ansiosas, quem poderia culpá-las? Quem saberia da intenção das flores em desabrochar no inverno, será que o homem percebeu além de si mesmo?
O inverno insiste em fazer da primavera a melhor expectativa para o momento.


Ana Laura

terça-feira, 28 de julho de 2009

O que você permite?

  • O que é permitido?
    Será que refletimos com ética este aspecto?
    Você permitiria que seu filho adolescente fosse à escola e ao curso de ônibus?
    Você permitiria que seu filho adolescente fosse a uma festa no meio da tarde?
    Permitiria que ele visitasse tios e parentes?
    Passasse o final de semana fora?
    Permitiria que ele viajasse a passeio?
    Permitiria que ele amasse?

Agora pensa.

  • Você permitiria tudo isto se fosse responsável por adolescentes que estão abrigados? Na qual todo o cuidado é de sua inteira responsabilidade? Permitiria eles viverem a sua adolescência, a sua família e a sua sexualidade?

Ainda não sabemos permitir... e não me venha dizer que liberdade se conquista, liberdade para alguns são meras quimeras. Luto para que sejam realidades, lutamos, mas não me venha com ilusões para o agora. Meu cenário é de prisão sem grade e sonhos velados. Pasmem amigos, esta é uma realidade de muitos adolescentes abrigados, eles foram as vítimas, mas estão presos em nossa hipocrisia.

Ana Laura

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Avós são eternos dentro de nossos corações.


Ela sempre foi meu tudo tanto meu ar quanto minha vida.
Hoje é parte da minha história, uma lembrança boa a minha música suave.
Lembro do seu cheiro, da sua risada e de como brigava comigo, de estar acordada me esperando tarde da noite, das nossas conversas, nossos sonhos de como sempre foi a flor mais bela do jardim da minha vida. Hoje estou com seu chinelo japonês, lembra?
Avós não deveriam morrer nunca, avós são pra sempre, seja aqui ou lá. Avós são alicerces de toda uma família.
Ela vive dentro de mim como um sonho bom.
Não há um dia certo para te homenagear, meu amor já diz tudo. Não há um dia certo pra te lembrar, minhas lágrimas me condenam. Não há palavras e sim um sentimento de gratidão.
Te Amarei sempre e sei que estás aqui do meu lado, sempre! Te amarei e sei que um dia estaremos juntas como sempre foi!
Obrigada por ter me dado a sua vida, por ter feito dos meus sonhos os seus.
Obrigada por ser sempre o meu mais lindo Anjo!
Conceição meu anjo 2 anos de saudades e de muita gratidão!
Que todos as vovós e vovôs sejam muitos amados sempre!!


Tati, hoje conseguindo deixar em palavras o amor que sente e sempre sentirá pela mulher forte de olhos azuis que Deus enviou para ser sua Avó!


Eu guardei algumas coisas na sua ida: seu brinco de rubi faltando um par, o broche de borboleta riscado, sua tesourinha de bordado, suas agulhas de tricô, as colchas de crochê e todos os paninhos que você pintou a mão. Guardei o sorriso da Raquel de Queiroz no teu. Alecrim amargo, mas que faz bem ao coração.
Lembro da íris desbotada e a certeza de sua partida. Eu não sou santa, mas sabia. Você sabia.
A chuva de sol que derramou naquele dia, eu era a ultima a dizer tchau.
Eu tenho estado ainda chorosa, às vezes te sonho robusta. Mesmo assim, quanta dor ainda carrego. Eu que aprendi que a vida é mais além, me ensinaram tão cedo. Só que está mais invisível agora. Aprendi a cuidar de plantas. Minha mãe se culpa pela sua ida, passa aqui e liberta ela. Liberta a nós todos.
Era a cobrar no seu aniversário, no dias das mães, no dias dos avôs. Foi ontem, parabéns. Cara de pau como sempre. Amo-te. Se quiser um dia, ainda quero te ter como minha pequena, nem sei se vou ser mãe, mas vem ficar comigo de novo.
Ana Laura

sábado, 25 de julho de 2009

Quando caimos na realidade, dói

A vida não é tão romantica quanto a um filme. E, eu, ainda insisto em ficar inconformada.
Assisti o Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Que garota esquisitamente fascinante e a história com a narrativa mais diferente ainda. Não, eu gostei, apesar do desconforto que filmes assim me causam...ah! suspiros e masturbação mental também, depois vem a ressaca...a realidade.
Mas, porém, contudo e entretanto...estou tentada:

* A colocar uma carta na caixinha do correio e esperar que um cara no passado me responda e me encontre no futuro. Tá confuso, assiste Casa do Lago.
* Ou achar um cara viciado pelo trabalho para titulá-lo como Doce Agosto (tô pensando emergencialmente, Novembro tá muito longe)
* Também penso em dar uma passada no Asilo dos Vovôs e ver se tem alguém com alguma sindrome que vai deixá-lo novo e acessível as minhas aspirações românticas - O curioso caso de Benjamim Button
* Ou mesmo ser uma Amélie que tem um apartamento Mara trabalhando de garçonete e ainda por cima tem bom gosto para homens desencanados...porque se fosse eu, o cara, ia pensar que a Amélie é uma psicopata. Eu hein, tem gente que eu tento ser carinhosa e já acha que estou apaixonada...afff
* Correr de vários casamento na hora do sim e ainda ter um louco querendo casar comigo. Noiva em Fuga.
*Ficar quase congelada para que meu amado se sacrifique por mim. E enquanto bóio na tábua no mar gelado, ele ainda me faz prometer que eu serei feliz...buabuabua...Jack don´t go!. Titanic
* Me passar por noiva de um cara em coma. Pior, ainda conseguir fazer o irmão do cara se apaixonar por mim. Se bem que há muita pilantragem neste mundo, mas eu é que não me jogo numa linha de trem! Este aqui vai ser riscado por pericolosidade. Enquanto você dormia.
* Me vestir de adolescente e paquerar o professor de Literatura bonitão, sem que ninguém perceba que não tenho mais idade para a adolescência. Mesmo assim, acho que dá para tentar. Nunca fui beijada.
* Mas o melhor de tudo. É achar alguém que me adore a ponto de contar a mesma história, todos os dias, se bem que estes têm de monte..eu é que vou ter que treinar para fazer cara de interessada toda vez até o alemão chegar e apagar tudo. Diaros de uma paixão. Como se fosse a primeira vez. Longe Dela...tô falando que tem um monte de possibilidades...

Put's...quantas idéias boas e frutíferas para uma vida romântica...

Coisas de Laurinha

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Contra Redução da Maioridade Penal

Li, assinei, e estou repassando o abaix0-assinado contra a ementa constitucional que permite a redução da maioridade penal. Tome sua posição, leia e entenda do assunto. Por isso no desenho ao lado você clica na imagem e pode tomar uma postura diante da realidade de vários adolescentes.
Será que o sistema penal é a alternativa? Enfim, como assunto é deveras longo e necessita de uma abordagem não amadora, a qual não estou para isto hoje, mas vocês podem refletir. Apropriem-se da informação, deguste-a e faça a parte que te basta.
Beijocas da Ana
Obs: Desculpem por ter colacado Idade Penal ao contrário de Maioridade Penal. Sempre achei que o termo não era adequado quando se trata de adolescentes, mas me explicaram por justamente se tratar de adolescente que o termo está certo. Vivendo e aprendendo

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Carta de um orkuteiro

Queria eu que você entendesse que nesta página pessoal eu não sou além de uma caricatura. Não sou nada do que um punhado imaginado de ilusão.
Já tenho 435 amigos, mas posso te dizer que só três deles continuam a ligar para saber como estou. Na maioria das vezes justifico minhas faltas como sendo um Momento meu, minhas conquistas e aventuras. No fundo, eu sei, que os amigos são importantes e quem me dera poder contar com os 435 que estão por lá.
Não se assuste com os números. Gostaria eu que os números demonstrassem a realidade dos sentimentos que se passam pela minha mente, que eles pudessem expressar que algumas vezes estou cansado, outras sozinho e tantas outras desmotivado. Na maioria das vezes as pessoas que não estão no meu Orkut são as que me fazem levantar.
Em particular, também não se impressione com as fotos do meu Orkut. A camera fotografica pode ser uma máquina de quimeras quando bem focalizada. Retiramos daqui a beleza da flor, outras um punhado de gente e outras tantas situações que as fotos diz mais do que eu estava sentindo no momento. Sou obrigado a tirá-las para provar as pessoas onde estive e com quem, sinceramente, não sei mais guardar recordações particulares na memória. Fotos não contariam a verdade por de traz dos sorrisos e dos abraços. Não contariam que a verdade não consegue ser registrada na amplidão, tudo está em recortes...e eu fiz deste albúm meu mosaico. Ainda bem.
Não se importe se elas mostram uma pessoa interessante, arrojada e viajada. Na maioria das vezes passo meus finais de semana sozinho, contando mentiras pela internet e evitando meus familiares porque já desaprendemos a falar a mesma língua.
Na minha solidão para tudo achei justificativas. Os amigos que mudaram, as pessoas que não estão na mesma sintonia, amores que não fizeram nada para dar certo. Não sou eu, juro.
Falando em me justificar as comunidades dão o tom de como eu gostaria realmente que me visse: interessante, atualizado, intencionado e otimista. Não pense que eu não acredito em tudo que está por lá, mas talvez não conheça tudo o quanto desejo e que faria mais juz as minhas aspirações. São os pequenos compromissos que assumi diante da vida: discutir sobre sociedade, transformação ou qualquer coisa que impressione. Será que só esse esforço basta?
Não querida, não me queira pela aquela brincadeira tola de viver. As vitrines das vaidades são imensas, mas tudo faz parte da minha invenção para continuar vivendo.

José

terça-feira, 21 de julho de 2009

No grites que los niños duermen

Malo- Musica de Bebe

Você apareceu numa noite fria
Com cheiro de cigarro e *gim
E o medo me percorria
Enquanto eu cruzava os dedos
Atrás da porta
Sua cara de jovem bonito
Se foi com o tempo
Por suas veias
E sua insegurança machista
Se reflete a cada dia em
Minhas lágrimas

Mais uma vez, não
Por favor
Que estou cansada
E não suporto o coração
Mais uma vez não amor por favor
Não grite, porque as crianças dormem
Mais uma vez, não
Por favor
Que estou cansada
E não suporto o coração
Mais uma vez não amor, por favor
Não grite, porque as crianças dormem
Vou voltar como o fogo
Vou queimar teus punhos de aço
E o vermelho das minha faces
Sairá o valor
Para cobrar as feridas

Mau, mau, mau você é
Não se magoa quem se gosta não
Tonto, tonto, tonto
Não se ache melhor que as mulheres
Mau, mau, mau você é
Não machuque a quem se gosta não
Tonto, tonto, tonto
Não se ache melhor que as mulheres
O dia é nublado quando você está
E o sol só volta quando você se vai
E o pesar do meu coração
É ter de lidar com o fogão

Meu rosto de menina bonita
Se foi, envelhecido em silêncio
Cada vez que me chama de puta
Seu cérebro se mostra menor





Estava passeando pelo youtube e fiquei curiosa para assistir algo sobre feminismo e violência contra mulher. Lembro me desta música em algum festival (antigona eu, mas não lembro o nome do evento music...blablabla). Enfim, fiquei curiosa porque a bendita música calhava nas minhas buscas e, olha, não é que tem a ver mesmo. Eu fiquei criando a historinha na cabeça e por mais que adore o movimento feminista e as nossas lutas, ainda me dói a parte que ela fala: No grites que los niños duermen.
Penso em crianças que convivem com a violência contra as suas mães. Penso no que é sentir estar na pele deles.
Apesar de tudo, poder conjugar este tipo de violência com outras tantas me faz pensar num futuro que não separaremos as pessoas em bandeiras específicas de luta. Lutaremos contra uma estrutura maior, nem contra o fenômeno violência que só é reflexo da nossa atual forma de organizar em sociedade: desigualdade, individualismo, poder sobre o outro coisifição/materialização e marcantilização de tudo e de todos!
Ora, como somos hipócritas continuamos amealhando nosso rico dinheirinho enquanto alguém morre de fome, e ainda por cima ficamos bestificados com a violência contra a mulher, a criança, o idoso. Aff.
Se queremos uma cultura de paz, pensemos num mundo novo...Ana Laura.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Vítimas dos tesouros alheios

Diga-me onde está teu tesouro e te direi onde está teu coração...Nem tão religioso assim e nem tão poético, a realidade pode ser a melhor justificativa para se viver. Ana Laura
Liberdade de escolha..liberdade de decisão...liberdade de postura, de opinião e fala. Com responsabilidade no direito coletivo tudo é valido.
Mas nestes dias estou recebendo os tesouros alheios e guardando eles na minha pauta diária dos deveres. Sem metáforas. Mas a piada será para poucos....
Foi ontem que começamos nossa pós num curso virtual e que falava sobre violência. E nos identificávamos como retardatários, como desatualizados, como retrógadas de um mundo virtual em efervescência. Era o começo da nossa crença na responsabilidade pelo aprendizado.
E aos poucos o mundo complexo da estrutura de estudo foi ficando mais automática: Fórum, Conteúdos, Fórum. Não nos distanciados muito dos caminhos que já sabíamos participar.
Fomos falando, argumentando, crescendo..mas mesmo assim não fomos muito além do que já sabíamos. Cansamos de nós, cansamos de não saber se o que falávamos estava certo, estava errado...simplesmente cadê você professor-doutor-nomeado-prestigiado-especializado no assunto. Cadê você que não respondeu as minhas dúvidas?
AH, claro, eu sou responsável pelo meu conhecimento. Minha presença, a sua omissão. Seu silêncio, meu silêncio e nossa indiferença. Como é mesmo a frase: O meu direito começa quando o seu termina, balela, balela...O meu direito só se torna legitimo quando ele inclui o outro humano ou os outros....Mas você não incluiu nós alunos em seus expedientes?
Hoje eu saquei tudo, são os tesouros alheios que nos vitimizam: a beleza padronizada, a conduta etiquetada, o assunto em pautas censuradas. A educação virtual também, um doce para o capitalismo que transforma o coletivo em internautas solitários na frente de uma tela!
Como agora fazer uma movimentação em grupo na minha classe virtual?...como fazer uma reunião e discutir as propostas de ensino e aprendizagem? Onde mesmo que posso encontrar o outro aluno por traz desta tela? Tudo se diluiu..solidariedade, cumplicidade e compromisso...
Então, você ganhou, porque contra o capitalismo só uma transformação radical. Não estou pronta para discutir isto.
E por fim seu tesouro mais belo. No final, faremos parte da mesma falácia e pesquisaremos o mesmo tema de Monografia! Genial porque você doutor-especialista-ditador-hipocrita vai ler o mesmo assunto, com a mesma bibliografia, com a mesmas conclusões e utilizará de toda nossa sandice no seu mais novo e bem vendido Best Seller.
Ora, Doutor-violentador-especialista em violência, só não caia em contradição e na nossa ignorância repousará a tua verdadeira face, porque, cá nós, do mundo dos mortais alunos autodidatas, não aprendemos muito.
Não te culpemos tanto, porque era nossa a responsabilidade, porque nós somos Homens, porque
só nós mudaremos a nossa história. Alivio, enfim.

Ana Laura, falei tudo num arroto.....
Só hoje consegui re-ler este texto..queria muito apagar e depois dos comentários da mama sobre o português...fiquei pensando..PUT's que merda fazemos quando estamos com raiva.
Enfim, arrumei algumas coisas e outras me desculpem...não estou nem um pouco aí...

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Mundo, mundo vasto...mais vasto do que meus sonhos!


Quando é começamos a nos modelar de acordo com o que a sociedade espera? Quando é que trocamos o guarda-roupa para que o mundo te dê mais credibilidade? Quando é que as pessoas não vão mais importar e sim as cifras? Quando é que não haverá importância em não ser ouvido? Quando é que a rotina será a melhor amiga? Quando o bem-resolvido significará a ilusão de ser feliz sozinho? Quando simplesmente esquecer será parte da minha paz? Quando esquecerei meus sonhos e planos de mundo melhor e tudo será parte de uma caricatura?
Quando o amor não terá mais significado...


Tenho estado cansada, ana

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Detalhes




Telhado de Vidro

Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta, fria, sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão bem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!

Rachel de Queiroz

Ana Laura

sábado, 11 de julho de 2009

!


Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma. (1972)
Estou encantada com a minha memória (ai, como me amo!), nem acreditava que me lembraria. Eu estudei este texto na minha infância, lembro que me marcou muito e a partir de então a palavra costume foi me assustando. Sempre tive medo de me acostumar...às pessoas, situações e lugares...mas como diz o texto nos acostumamos mesmo assim!
Não que eu seja a pessoa mais dinamica ou a pessoa mais desistente da face da terra, mas tenho medo de me acostumar com as coisas ruins, com os meus desamores, com a rotina e com o gosto amargo da indiferença.
Tenho medo de me acreditar assim para o resto da vida, como se em algum momento você perdeu o fio de Ariadne que te faz sair do labirinto.
Sempre que me pego desesperada com a vida e com os Homens (este no sentido genérico, por favor!) ...me lembro dos meus planos bobos....de tão bobos que me fazem acordar todos os dias...
Por fim,
É preciso não esquecer nada/ Cecilia Meireles

"É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
pois o resto não nos pertence."
Ana Laura

quinta-feira, 9 de julho de 2009


Ás vezes a solidão bate tão forte e não há ninguém por perto para um abraço ou sorriso. Hoje está assim, forte, me machucando e sem ninguém para me abraçar
É a saudade que ainda me corrói, e a sensação de fracasso, é não ter mais amigos por perto.
Logo eu que sempre fui de turmas grandes, logo eu que sempre fui tão solicitada, hoje percebo que nada valeu. Amigos passam pela sua vida e no mesmo instante desaparecem, são poucos os que ficam, outros estão longe. É a vida passa tão rápido que quando me dei conta estava sozinha, sentada na frente de um computador conversando com estranhos para amenizar essa sensação de ser solitária. Logo eu que sempre estive pronta para secar lágrimas alheias hoje não encontro ninguém que seque as minhas, eu que sempre dei conselhos, que sempre deixei minha vida em segundo plano para estar aonde fosse com que fosse, eu que sempre fiz programas que não estava afim para ver um sorriso no rosto de meus amigos. E agora aonde estão esses amigos? Aonde estão essas pessoas? Certamente felizes em algum lugar, ou será que estão como eu me sinto agora? Não me pergunto se fiz certo, porque era o que meu coração mandava, sempre fui regada a emoção, sempre deixei a razaõ de lado, mas quando é você que precisa de um ser ao seu lado, um sorriso, uma palavra ou apenas um abraço forte e silencioso, e você não encontra ninguém, nem aqueles que um dia você fez sorrir, que um dia você secou as lágrimas ou mesmo sentou ao lado pegou na mão e nada disse, quendo é você que precisa e não encontra tudo isso entra em choque, será que fiz certo em deixar muitas vezes minha razão de lado? Sinceramente acho que prefiro me tornar uma pessoa fria do que ficar com esse sentimento que trago agora no meu peito. Prefiro não mais afagar em meus braços uma alma que chora, porque de hoje em diante vou ser apenas eu e mais ninguém!!



Tatiane, não liguem é apenas um desabafo, Ana Laura amiga esse texto não inclui você ok? Porque apesar da distancia que há entre nós, você sim me traz calor humano... Adoro você e muito viu!!!

domingo, 5 de julho de 2009

O que encontrei por aí...

Telhados De Paris
Nei Lisboa
Composição: Indisponível
Venta
Ali se vê
Onde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz

Que mora ao lado e mais parece outro país
Que me estranha mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assaltoE de versos retos, corretos
O resto da paixão, reguei
Vai servir pra nós
O doce da loucura é teu, é meu
Pra usar à sós
Eu tenho os olhos doidos, doidos, já vi
Meus olhos doidos, doidos, são doidos por ti

Livia (por que será que te confundi com Raquel, né?), eu fiquei tão curiosa com o nome da música, não consegui deter a curiosidade...como a melodia é linda querida! Realmente, tem tudo a ver com o que você escreveu. Obrigada por mais este presente.

Ana Laura

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Por que dançar?

A Dança
E se, na verdade, não importa o que você faz e sim como você faz, seja lá o que for? Como isso mudaria o que você decidiu fazer com a sua vida? E se você pudesse ser mais presente e ter uma atitude mais acolhedora com cada pessoa que encontrasse; e se em vez de estar fazendo um trabalho que considera importante, estivesse trabalhando como caixa de uma pequena loja? Como isso mudaria o modo como você quer passar seu precioso tempo neste planeta? E caso sua contribuição para o mundo e a conquista de sua felicidade não dependam da descoberta de um novo método para rezar, nem de ler o livro certo ou comparecer ao seminário apropriado, e sim de você realmente ver e apreciar profundamente a si mesmo e ao mundo como eles são neste momento? Como isso afetaria seu crescimento espiritual? E se não houver necessidade de mudar, de se transformar numa pessoa mais bondosa, mais presente, mais amorosa ou mais sábia? Como isso afetaria todos os aspectos da sua vida em que você está sempre procurando ser melhor? E se a tarefa for simplesmente desabrochar, se tornar que você realmente é-(..)uma pessoa capaz de viver plenamente e de estar apaixonadamente presente? E se quem você é essencialmente agora for exatamente o que você será sempre? E se a essência de quem você é e sempre foi for suficiente? E se a questão não for: Por que é tão raro eu ser a pessoa que quero ser, e sim: por que é tão raro eu querer ser a pessoa que realmente sou? E se o fato de nos tornarmos quem realmente somos não acontecer através do esforço e da tentativa, e sim por reconhecermos e aceitarmos as pessoas, os lugares e as experiências que nos oferecem o calor do estímulo de que precisamos para desabrochar? E se você soubesse que o impulso para agir de uma maneira que irá criar beleza no mundo surgirá bem no seu íntimo, e servirá de orientação, sempre que você simplesmente prestar atenção e esperar? Você decidiria apenas se soltar e dançar?"

Oriah Mountain Dreamer

Ana Laura, se o diluvio não chegar...hoje me decidirei