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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dois de Novembro, um dia como outro qualquer...


Me lembro bem de quando era criança, acordavamos cedo e iamos todos para uma cidade vizinha, lá se reunia os irmãos, filhos, sobrinhos, netos e afins. Não parecia finados, era divertido, eles estavam alegres. naquela época eu não tinha problemas com cemitérios, a criançada se divertia, afinal eu não tinha conhecido pessoamente os que iamos visitar, os pais da minha avó desencarnaram bem antes de eu nascer. Os anos foram passando e vovó foi ficando cansada, e depois que seu filho "partiu", começamos a passar o feriado aqui mesmo. Acho que foi nessa época que meu problema com cemitérios começou. Era mais fácil ir quando quem se ama não partiu. Vovó acabou indo 4 anos depois, foi de encontro ao filho, ela sempre me dizia que não queria viver e ver outro filho partir. Talvez eu nunca entenda muito bem isso já que não tenho e nem pretendo ter filhos, mas senti a dor dela. Hoje junto com ela percebo que está se partindo os laços familiares. Não viajamos mais já que agora temos meu tio e vovó aqui no Horto da Igualdade, não nos reunimos mais como antigamente e essa data passou a ser um dia estranho, não sei como explicar, mas sinto o ar tão pesado. Não consigo aceitar a idéia de ir no cemitério levar flores, prefiro elevar meus pensamentos e fazer uma prece aos que amo, prefiro lembrar dos momentos felizes que passei ao lado deles, prefiro lembrar que apenas não os vejos mais, mas sinto e sinto tão perto que tem dias que me pego olhando pro nada e os vendo passar. Mas respeito essa data, porque sei que é importante pra algumas pessoas, tanto que estou aqui esperando minha mãe se arrumar para irmos levar flores aonde descansa o corpo da vovó, do meu tio amado e de tantos outros que lá estão.
Taty. Apenas Taty.

1 Palavras conexadas:

Unknown disse...

Se queres partir ir embora
Me olha da onde estiver
Que eu vou te mostrar que eu to pronta
Me colha madura do pé

Dona Cila, Maria Gadú