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quarta-feira, 8 de abril de 2009

A menina que roubava livros


Eu quero falar de um livro fantástico que li estes dias. Não sou muito de indicar livros, mas adoro que me indiquem. Minha lista esta e-nor-me, creio ainda que vai continuar sempre assim.


O livro maravilhoso se chama A Menina que roubava livro de Markus Zusak.

O narrador é alguém mui ilustre: a Morte. Mas não é esta melancólica, fria e sem vida. Ao contrário se mostra uma figura muito inteligente, com uma ironia fria e uma crítica ferrenha a humanidade numa época horrível de nossa história, justamente um ser Não-Humano falando das Inumanidades-Humanas daquela época: o nazismo.

Por isso, a vi como uma narradora muito calorosa e obsessiva pela cor do céu...vocês não têm noção como ela é capaz de compara-lo as coisas e cores: chocolate, céu de oceano com nuvens de crista espumosa, o céu era da cor dos judeus...e assim vai! A cada céu um universo que se abria entre sentimentos e fatos.

Você já percebeu como reparamos no céu num dia de partida. A da minha avó foi de chuvisco com sol, de um azul esplêndido decorado por nuvens.

AH! Claro, tem a Lisiel, a sacudidora de palavras, personagem principal, menina alemã que vive em meio àquela guerra aprendendo a compor com as palavras o senso de justiça, de humanidade, de amor, de sonho...ela é encantadora...brava guerreira.

Contudo há algo que me encantou mais do que tudo: a forma como o autor escreve. É esplêndida a composições das frases e das idéias....uma estrutura diferente da habitual! A todo momento você é estimulado a encontrar na memória toda informação certa pra descodificar o que a Morte está narrando....vou dar um exemplo:


Quando seus corpos acabavam de vasculhar a porta em busca de frestas, as almas subiam. Depois de suas unhas arranharem a madeira e, em alguns casos, ficarem cravadas nela, pela pura força do desespero, seus espíritos vinham em minha direção, para meus braços, e galgávamos as instalações daqueles chuveiros, escalávamos o telhado e subíamos para a largueza segura da eternidade. E continuavam a me alimentar. Minuto após minuto. Chuveiro após chuveiro.

Aqui a Morte fala dos campos de concentração e, mais específico, das câmeras de gases. Sim, nem parece....esta é a magia, as palavras de recontar uma história por janelas tão eternas quanto a da vida, a morte mostra suas sutilezas.

Se um dia tiver o livro em suas mãos lê o capitulo Diário da Morte: Os parisienses e também O caminho das palavras. São dois capítulos prediletos a mim. Talvez, eles possam falar por si e o convencer o quanto a história vale a pena.

Não tenho mais o que dizer do livro por hoje...


Ana Laura, o meu céu hoje foi feito de uma lua imensa colocada sobre minha cabeça!

O desenho é de Jeferson Richett. Sim, o guarda chuva tem seu significado. Ela não precisa de uma foice para matar o que já está morto, mais lógico que ela use um guarda chuva. Um símbolo da sua verdadeira missão, nos guardar!

6 Palavras conexadas:

Taty. disse...

Esse é o livro da minha vida, o que me fez chorar e rir, o que me encantou de uma tal forma que não conseguia me desgrudar dele. A morte me cativou e a menina Lisiel me fez ver como é bom tem o dom das palavras, como os livros nos tranportam para lugares incriveis.

E no dia da partida da minha vó o céu estava lindo, de um azul da cor de seus olhos, um azul vivo e brilhante.

Taty. disse...

Ah e só para constar sou totalmente contra fazer um filme desse adorável livro.

ana laura disse...

Euuuuuuuuuu também! Poxa, o mais instigante é a narração, a forma como a morte narra, porque é neste estilo que se vê toda a complexidade da morte!O filme vai perder isto fácil...
AH! eu adoro a Lisiel, mas amei a Morte.
Amei o Rudy..poxa porque ela demora tanto pra beijá-lo...buabuabuabua...
O pai de Lisiel, Hans,,, uma transformação...de indgno de nota se torna digno desta: "Era alto na cama, e vi a prata por entre suas pálpebras. Sua alma senyou-se. Veio a meu encontro. As almas desse tipo sempre o fazem - as melhores"
Lindoooo,,,ah! não é memoria boa, o livro tá na minha mão.

Cê. disse...

Eeee, Aninha. Um livro ótimo! Vc e seus encantamentos, sempre pertinentes. um beeeeijoooo!!!

Patricia Daltro disse...

Amei esse livro da primeira a última página. Lembro de ler o penúltimo capítulo em lágrimas dentro de um metro lotado. rs
Já indiquei para meu marido e emprestei para minha comadre, é o tipo de livro que precisa ser repassado para todos que vc ama!

Helen Oliveira disse...

Já li é otimu hahah to seguinfo amei aque faz o mesmo:?
http://unicorniudepapel.blogspot.com/