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domingo, 7 de março de 2010

A Arte de amar o desconhecido..


Me lembro que desde pequena não entendia muito bem porque meu tio era diferente dos outros, mas gostava daquele jeito especial dele, muitas vezes brincando com nós as crianças, por outras cuidando, olhando e sempre sorrindo. Fui crescendo e vendo que sua vida por muitas vezes era mais dificil que dos demais, fui vendo suas limitações, aprendendo que sempre teria que ter uma pessoa ao seu lado e que quando algo não ia bem era para os braços da minha avó que ele corria, assim como uma criança assustada. Eu não tinha responsabilidades com ele já que vovó sempre estava lá, mas ela partiu assim suave e serena sabendo que ele estaria em boas mãos. Me lembro que estavamos eu, minha prima e ele no carro indo para o cemitério, nós duas tentando se manter calmas e não chorar, mas ele num lapso de consciência caiu num choro e se viu sem os pais e chorava feito criança, ali eu sabia que tinha um compromisso de amor e cuidado com esse ser frágil por fora mas forte por dentro. O tempo correu e hoje mais do que nunca onde ele se encontra mais fragilizado com o corpo pedindo por descanso eu sei que são poucos os que tem paciência e amor. E eu não sei se vou conseguir, mas estou tentando e aqui me encontro sem conseguir dormir por que tenho medo de deixá-lo partir sozinho. E de hora em hora vou lá zelar por seu sono, e pedir a Deus que seja apenas mais um susto. Eu preciso do seu sorriso pois com ele fica mais fácil e o que eu mais admiro nos seres especiais é que mesmo com dor, mesmo com suas limitações, pré-conceitos e muitas vezes humilhações eles ainda conseguem viver com um sorriso estampado na face. E eu ainda preciso tio do seu sorriso do meu lado, e enquanto eu tiver forças vou lutar pelo seu bem estar sempre...


Tati. Buscando não sei aonde uma estrutura para continuar...

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