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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Comemorando

Estava eu cá, como quem não quer nada, zapeando as páginas da internet quando encontro a notícia que Rafinha Bastos pode responder judicialmente por apologia ao crime, o que a meu ver é bastante justo.
Mais um exemplo de que as pessoas precisam ter responsabilidade nas
suas manifestações sejam feitas via internet, via arte...via a pqp*...não importa e não vejo tal processo como censura, afinal surge uma nova forma de comunicação e interação e que precisam de novos mecanismos para a defesa da ética e respeito.
Lembro-me da Mayara Petruso, estudante de direito, que fez declarações preconceituosas no Twitter e foi processada, merecidamente pela OAB de Pernambuco.
Todos se surpreenderam com a declaração execrável que tal Rafinha fez em um dos seus stand up, proliferando e incitando o estupro: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço",
Frases como estas só podem vir de pessoas que não têm mãe, irmãs, tias, filhas ou qualquer ser do gênero feminino. Porque com certeza se fosse um ser Humano concebido em condições normais não faria piada de uma das situações que mais aflige as mulheres em todo mundo.
Para dar um exemplo, quando era menina aprendi que a rua e a noite não foram feitas para as mulheres e o pior foi crescer e saber que a ameaça é real, pois muitas vezes temos que nos preocupar para além de ser assaltadas, mas com a possibilidade do estupro.
Em alguns países ele ainda é legitimo dentro do casamento. E nem precisamos ir longe, quantas de nós passamos pela dificuldade de explicitarmos que NÃO É NÃO.
Somos ameaçadas não por um Rafinha Bastos, mas pela ideologia que ele defeca pela boca influenciando as pessoas a serem misóginas, homofóbicas e por aí vai.
A muito não assisto ao programa e sinceramente acho que devemos criar o movimento: Desligue o CQC e leia um livro.

Não pretendo ser compreendida pelos homens, por enquanto, pois ainda não há entendimento sobre o significado da violação de nossos corpos pela coibição, muito menos mediante a mídia gorda com suas propagandas sexista. O que dizer então, daqueles que se revestem na imagem de artistas, livres de expressão e se safando por "fazer caricatura da realidade". É difícil entender como um humorista pode se animalizar a tal ponto que não consiga ao menos se caricaturar de SER HUMANO.

Precisamos dar um passo gigantesco no debate sobre nosso corpo, imagem e sexualidade.
Por isso, oportuno falar, que existem movimentos femininos que se decidiram não ficar calados diante do assédio, da violência e da alienação de nossa sexualidade. Tais como na “Grã Bretanha que tenta combater o assédio nas ruas com a fundação Anti-Street Harassment UK, “Grã-Bretanha contra o assédio nas ruas” ou o site Hollaback”! (http://ldn.ihollaback.org/) que permite a declaração de mulheres que sofreram assédios na rua e até mesmo denunciar publicamente seus agressores.
Afinal, expressar-se a favor do outro além de legitimo é HUMANO!
Ana Laura

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