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terça-feira, 20 de março de 2012



Quando eu decidi partir, pensei que estivesse indo de encontro a uma pequena amostra do que é ser feliz. Pensei que teria amor e carinho. Mero engano. Quando eu decidi voltar, comecei a ver que antes de qualquer coisa eu preciso me amar, comecei a gostar do que é simples, de quem eu nunca deveria ter deixado de amar. Reconheci meus amigos, descartei os falsos, reabri minha mente, me permiti ser quem sou. Abri pela primeira vez a minha essência aos ventos alheios, remei contra tudo que não me fazia bem, guardei em caixas velhas recordações de uma vida que deixei para trás. Coloquei no rosto a mais bela maquiagem que se pode ter: um sorriso que traduzia o meu coração. Duvidas sempre existirão, partir ao encontro do que não conheço ou fincar de vez as minhas raízes no mais belo pôr-do-sol. Estou tranqüila pela primeira vez, apesar dessa pequena dúvida. Só preciso de um sinal que nunca vem, ou talvez seja esse o sinal, de que aqui realmente é o meu lugar. Reencontros acontecem e quem sabe depois de um tempo, alguns meses, anos. Não importa, porque se realmente for verdadeiro, o tempo não apaga a chama. A única certeza que eu tenho é quero viver cada dia com um sorriso no rosto e uma paixão no coração. Paixão pela vida, pelas pessoas, pelo que é do bem.


Tatiane.

sexta-feira, 16 de março de 2012



Se soubessemos o quão mágico é "roubar" um sorriso alheio, faríamos isso mais e mais vezes: Fazer o outro sorrir com o coração! Colecionar sorrisos, carinhos e amores faz a vida se tornar mais leve. Somar pequenos momentos de felicidade é como alimentar a alma com afagos que só nos fazem bem.


Tatiane.

domingo, 31 de julho de 2011

E vou passar agosto esperando setembro


A Pandora abre sua caixa e joga Agosto para fora entre agouros acendo minha vela canto baixinho minhas rezas tomo meu floral não esqueço o ferro ligado e nem o gás sigo a risca as regras amo com cautela deixo a janela entreaberta e nem respingo de chuva me atrevo a tomar bebo sobre orientação médica como e gasto à la francisco banho só com ervas conversas se forem banais trabalho sem pressa e sobre a escrivaninha os livros pra ler as músicas para ouvir os textos que saem assim só de espera fico vivendo agosto passar esvaindo aquelas magoas esquecendo suas falas não esperando aquele convite dormindo mais do que é suficiente caminhando como estrela sem hora para além da madrugada e numa cadência vivendo setembro chegar
Ana Laura

domingo, 24 de julho de 2011

Quando o prazer está desaparecendo



Final de expediente, as três voltando para casa, cansadas e revoltadas pela brutalidade da vida. Quando a única sensação de prazer é o banho quente. Ou esvaziar o intestino e saturar o ambiente com seus gazes parados no abdômen dolorido. Chegar e comer aquilo que vê pela frente para matar a fome e depois pensar no que fazer para janta. Tirar o sapato de bico fino. Deitar no sofá e dormir ao som do noticiário. É ligar para mãe e despejar todo seu terrível dia e sua geladeira vazia e sua fome e a falta que a comida dela faz. É tirar sua calcinha intravaginal com técnicas cirúrgicas. Sentir se somente tocada quando passa creme de cereja e avelã e decididamente dormir profundamente babando sobre o travesseiro.
Riamos alto com tanta idiotice, cada uma pensando intimamente, seria cômico se não fosse trágico!
Ana Laura

sábado, 23 de julho de 2011

Bye Amy!

Sua voz vai deixar saudades, esteja em paz!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Convite de Edson Marques


MUDANÇA


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os seus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental... Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!

***Texto de Edson Marques
No primeiro momento acreditamos ser de Clarice Lispector, erro comum quando a fonte é a internet...mas não justo com o verdadeiro autor.

sábado, 16 de julho de 2011

...


"Se você me perguntar se ainda é seu
Todo meu amor, eu sei que eu
Certamente vou dizer que sim
Mas já depois de tanta solidão
Do fundo do meu coração..."
(Roberto e Erasmo Carlos)



Eu esperei um tempo, uma quase vida, ou melhor, dias de esperas são sobrevidas que vamos levando em meio de um turbilhão de sentimentos. É não dar espaço para outros sorrisos, para outros olhares. É se fechar em casa e se trancar com a solidão. É ficar um tempo em meio às lembranças, revirar fotos, reler conversas, mensagens no celular que resolveu silenciar. Os dias demoram a passar, as horas se tornam inimigas. E o resto são sempre “quases” que eu cansei de esperar. Não quero mais nada pela metade, não quero opções quando sou uma delas. Não quero frases curtas, não quero lembranças de beijos, não quero mais procurar cheiros que me remetem a você. Não! Quero o novo, quero um sorriso diferente, um novo brilho no olhar, um beijo que ainda não provei, palavras sinceras, quero sim amar e ser amada e não mais amar solitariamente. Eu esperei o vento mudar, eu me fiz escrava de uma indiferença, da sua forma autista de me tratar. Hoje sou apenas uma página rabiscada do livro da sua caminhada. Quero um novo livro para ser bem mais que um capítulo e quero alguém livre para ser a inspiração, para ser o personagem principal e único do livro da minha vida.

Tatiane.